Temperaturas na Capital chegam a oito graus
Prefeitura de SP intensifica ações para população em situação de rua após queda na temperatura que supera 31 mil pessoas nos registros oficiais.
A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (16)
que irá ampliar as ações junto à população em situação de rua por conta da
queda nas temperaturas na capital paulista. Segundo a previsão do tempo, a
madrugada de sábado (17) pode ser a mais fria do ano, com mínima de 9º C.
Desde o início da Operação Baixas Temperaturas, em 30 de
abril, o governo de Ricardo Nunes (MDB) afirma ter realizado mais de 721 mil
acolhimentos junto a este público, entre distribuição de cobertores, entrega de
alimentação e aplicação de doses de vacina. O total é 11% superior ao mesmo
período do ano passado, quando foram realizados 649 mil ações com o povo em
situação de rua.
Em maio, três pessoas em situação de rua morreram na capital
com suspeita de hipotermia. A causa também é investigada na morte de um homem
na Zona Leste de São Paulo.
Na última semana, o Tribunal de Contas do Município deu
prazo de 60 dias para a prefeitura apresentar novo plano de acolhimento para a
população de rua, após auditoria constatar irregularidades nos centros de
acolhida.
Dados da Prefeitura de São Paulo apontam que há atualmente
mais de 31 mil pessoas vivendo nas ruas da capital paulista, que oferece 24 mil
vagas em abrigos.
Contudo, levantamento com dados Cadastro Único para
Programas Sociais (CadÚnico) até março deste ano indicam que são mais de 51 mil
pessoas sem teto e morando nas ruas da capital. Ao todo, são 88 mil pessoas nas
ruas do estado e, a cada 10 pessoas em situação de rua, 7 são negras.
O governo do estado, governado por Tarcísio de Freitas
(Republicanos), abrirá 100 vagas de abrigo temporário na estação Dom Pedro II,
no Centro da capital, para atender quem está sem teto em meio ao frio.
A Ação Social Franciscana, a Sefras, atende a população em
situação de rua 24 horas, com atendimento que vão de 3 a 4 mil pessoas a cada
dia. Os serviços oferecidos são de banho, assistência social e psicológica,
além de refeições para as pessoas em vulnerabilidade social.
"Vai me sustentar e me manter no dia a dia", disse
Alan de Moraes, que está desempregado.
Com o frio, a sede do Sefras passou a funcionar como abrigo
para as noites e madrugadas com 100 vagas por noite.
"O fato de sair da rua já ajuda bastante, ainda mais
numa época fria dessas", contou o autônomo Lucas Henrique
O frei Tiago Gomes Elias afirmou que o frio aumenta a
quantidade de atendimentos e que há até estresse causado pela alta demanda em
comparação com as vagas disponíveis. (foto UOL)