sexta-feira, 21 de abril de 2023

Governo Lula tentou colocar sigilo de 5 anos em imagens de ex-ministro do GSI com golpistas, diz jornal

Foto: arquivo
O Governo Federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recusou, em ao menos oito ocasiões, liberar o acesso às gravações do circuito interno do Palácio do Planalto referente ao dia 8 de janeiro, data em que extremistas invadiram e vandalizaram a sede do governo federal. A administração petista tinha a intenção de manter em segredo por um período de cinco anos as imagens registradas pelo sistema de vigilância do edifício, conforme informação divulgada pelo Estadão.

Uma das câmeras de segurança flagrou o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, caminhando pelo andar onde se localiza o gabinete presidencial e apontando a saída do prédio aos invasores. Dias renunciou ao cargo após a divulgação dessas imagens pela CNN.

O general alegou que sua intenção era direcionar os invasores para o segundo andar do prédio, onde seriam capturados pelas forças do Exército. A repercussão do episódio levou o governo a pressionar pela saída do ministro e até mesmo a mudar sua posição acerca da criação de uma Comissão Parlamentar Mista no Congresso Nacional para apurar os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro. Inicialmente contrário à iniciativa, o governo agora apoia a formação da CPMI, que contará com membros da Câmara e do Senado.

Na tentativa de evitar a divulgação das gravações, o GSI classificou as informações como "reservadas", o que, de acordo com a Lei de Acesso à Informação, garantiria a proteção dos dados por um período de cinco anos.  (portal plox)

STF determina quebra de sigilo das imagens do Palácio em 8 de janeiro
O ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo da divulgação das imagens internas do Palácio do Planalto durante os atos de vandalismo ocorrido em 8 de janeiro.

O ministro ainda ordenou o envio, em 48 horas, de todo o material existente para o STF.

As imagens foram vazadas para a CNN e mostram o ex-ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional, no palácio na hora dos ataques, interagindo com os invasores. O GSI alegou que os agentes do órgão agiram para desocupar o palácio e realizar prisões.

Após a divulgação, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo, sendo substituído interinamente pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, que atuou com interventor na segurança do DF após os atos golpistas.

Já sob a gestão de Capelli, o GSI alegou, em resposta a pedido anterior do próprio ministro Alexandre de Moraes, que as imagens não haviam sido liberadas pelo Ministério devido ao sigilo do inquérito.

O órgão ainda perguntou ao ministro se poderia ou não divulgar as imagens devido aos pedidos feitos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Na decisão desta sexta, Alexandre de Moraes definiu que, em 48 horas, a Polícia Federal realize os depoimentos de todos servidores do GSI que aparecem nas imagens de segurança do Palácio do Planalto.

Moraes também pediu que o ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, envie cópia integral da sindicância instaurada para apuração das condutas de agentes públicos civis e militares envolvidos na depredação das sedes dos 3 poderes, em 8 de janeiro.

Nas redes sociais, Capelli disse que estará neste sabádo no GSI para cumprir as determinações do STF, enviando todo o material solicitando e tornando público todas as imagens do Palácio no dia 8 de janeiro.

Edição: Lucas Pordeus / Alessandra Esteves - Agencia Brasil